A Angulação Afeta Tudo

Os que gostam de cavalos sabem muito bem que o dianteiro é a chave para a conformação de um cavalo e nos cães não é diferente. A frente - mais especificamente o comprimento e a colocação da escápula não existem isoladamente. Esse traço fundamental da conformação determina diretamente a colocação do pescoço, o porte da cabeça, a profundidade do tórax e no movimento, a extensão das pernas dianteiras e o balanço entre a parte inferior e o posterior.

 

Nenhuma característica é mais difícil de criar, ou mais fácil de perder, do que uma boa frente. Uma boa frente, uma vez perdida, pode levar gerações para se recuperar (se recuperar).

 

NUNCA SACRIFIQUE O RECURSO MAIS DIFÍCIL DE REPARAR

 

Muitos criadores, proprietários, expositores e juízes estabelecidos não têm conhecimento básico desta área da anatomia, tornando difícil para eles avaliá-la de forma adequada.”

 

Esse é um texto da criadora australiana e juíza Internacional Narelle Hammond e ele vem totalmente de encontro com momento atual dos Bull Terriers, que vem perdendo não só em qualidade de cães como em erudição. E os alertas vem sendo ignorados, ainda no final dos anos 80 Tom Horner publicou um artigo no 6º livro do Clube alertando para a visível decadência das frentes e pedia especial atenção dos criadores com essa virtude absolutamente fundamental na construção do tipo correto.

 

Hoje é muito comum cães com angulações pobres e construções débeis, resultando em pouquíssimo alcance, cotovelos deslocados, metacarpos fracos e os terríveis pés de lebre. A impressão que fica é que o bulldogoes (ou buldoguinhos) dominaram a preferência de criadores e expositores, que como bem salienta nossa amiga Australiana, falham em identificar esses problemas e se contentam com cães de movimento pouco fluido e que consomem energia em demasia.

 

Felizmente nem está tudo perdido e muitas exemplares (ainda) possuem frentes virtuosas, por isso invocando os poderes de Tom Horner fica um novo alerta aos criadores! Não sacrifiquem as frentes!